Suinocultura no Brasil: entenda o cenário e a importância para o país!

por | 8 out, 2024 | Fabricação de ração animal, Pecuária | 0 Comentários

A suinocultura é uma das atividades mais importantes da alimentação mundial. Ela se caracteriza pela produção de carne suína, a proteína animal mais consumida no mundo, com um terço do consumo, de acordo com dados da Embrapa.

E, como era de se esperar, o Brasil tem uma forte participação no mercado internacional. 

Ainda segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o país ocupa a quarta posição entre os maiores produtores de carne suína. 

O consumo também cresce no país, com a expectativa de quase 21 kg/habitante em 2024, conforme reportagem do UOL.

Diante da relevância da atividade, elaboramos este artigo. Nele, você entenderá o cenário da suinocultura no Brasil e sua importância para o agronegócio nacional.

 O que é a suinocultura?

É um ramo da zootecnia destinado à criação racional de suínos para produção de carne e seus derivados (banha, couro, ossos, sangue e vísceras, utilizados na indústria de ração animal).

Para o professor Marcos Fava Neves, apresentado em um artigo para a revista Veja, essa é uma atividade que acompanha a humanidade há milênios!

As primeiras evidências da domesticação de porcos remontam a cerca de 8.000 a.C., em regiões da Europa e do Oriente Médio”, diz.

No Brasil, a criação de suínos começou com a chegada dos colonizadores europeus, que trouxeram os primeiros animais ao país. Eles foram cruzados e adaptados ao clima e às condições ambientais.

Hoje, a suinocultura industrial do país é altamente tecnificada, com genética, nutrição e manejos mais avançados do mundo.

Como é a suinocultura no Brasil?

A suinocultura possui extrema importância para o agronegócio nacional. Nos últimos anos, este setor ajudou a impulsionar a economia, movimentando bilhões de reais anualmente.

Na atualidade, o Brasil é o quarto maior produtor de carne suína do mundo, ficando atrás apenas da China, União Europeia e Estados Unidos. Também ocupa a 4ª posição mundial em volume de carne suína exportada.

A edição 2024 do “Retrato da Suinocultura Brasileira”, apresentada pela ABCS, oferece dados interessantes. Acompanhe:

  • 2.110.840 matrizes no plantel nacional;
  • Movimentação de R$ 371,6 bilhões;
  • Empregou 151 mil pessoas de maneira direta e 1,1 milhão de forma indireta;
  • Consumo de mais de 12 mil toneladas de milho e 4,2 mil toneladas de farelo de soja, ingredientes principais da formulação da ração.

Há também outros dados que merecem atenção, desta vez apresentados no Balanço 2023 da ABCS. Veja:

  • Abate de 57.172.838 cabeças de suínos;
  • Volume exportado de 1.013.739 toneladas de carne suína, sendo que cerca de 437 mil toneladas tiveram como destino a China;
  • Consumo interno de carne suína: 20,68 kg/pessoa. 

Estes resultados comprovam que a suinocultura nacional vem progredindo de maneira notável em todos os aspectos: 

  • Da genética à nutrição; 
  • Do manejo à sanidade; 
  • Das instalações aos equipamentos utilizados. 

Toda essa transformação tem algumas explicações. A primeira é o investimento em seleção genética dos animais e na eficiência nas formulações de ração. Logo, resultando em ganhos de produtividade.

Além disso, a melhor administração e gerenciamento das propriedades em decorrência do aumento da escala, da profissionalização e do uso da tecnologia.

E, por fim, grandes melhorias no manejo, de leitões aos animais no frigorífico.

Isto é, com muito trabalho, a suinocultura nacional vem alcançando seu sucesso no mercado internacional! 

Como ocorre a criação de suínos?

criação de suínos

Com grande vocação na produção de proteína animal, especialmente com uma avicultura e uma bovinocultura pujantes, a suinocultura brasileira possui uma das cadeias mais avançadas do mundo.

A cadeia agroindustrial adota alta tecnologia e tem alta capacidade de controlar todos os processos. Com isso, consegue atender os mais elevados padrões de qualidade.

O sistema de criação é segmentado em diversas fases, conforme a idade dos animais, o objetivo da atividade e o momento produtivo em que se encontram. Para todas as fases são aplicadas:

  • Instalações específicas;
  • Nutrição diferenciada;
  • Manejo adequado
  • Bem-estar animal.

Quais são os sistemas de criação adotados?

O sistema de produção de suínos é classificado de acordo com o tipo de manejo praticado, podendo ser intensivo ou extensivo.

Sistema intensivo

Caracterizado por instalações cercadas, com maior densidade de animais por área, com controle do ambiente e da alimentação dos suínos. Existem três modalidades:

  • SISCAL (Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre): os suínos são criados em piquetes, com acesso a bebedouros, comedouros e áreas sombreadas para descanso;
  • Semi-confinado: animais criados em galpões com um acesso a áreas externas (piquetes). A alimentação consiste no fornecimento de rações, além do pastejo, e o manejo é organizado por categorias;
  • Confinado: caracterizado pela criação de suínos em baias, localizadas em galpões fechados, com ambiente monitorado. A produção é maior, porém o investimento é alto.

Sistema extensivo

No sistema extensivo, o nível tecnológico é bem menor, assim como a produtividade, reduzindo custos. Entretanto, esse sistema apresenta desafios como:

  • Menor controle sanitário, ambiental e de alimentação;
  • Crescimento lento;
  • Maior permanência do animal na instalação.

Além disso, a dificuldade de controle pode favorecer o desenvolvimento de doenças no plantel. Por esses motivos, o sistema extensivo é menos utilizado na produção comercial de suínos, sendo mais comum em pequenas criações.

Ou seja, toda fase apresenta suas peculiaridades, como nutrição, manejos, instalações e atenções diferentes. 

Cabe ao suinocultor conhecer seu nível de tecnificação, experiência e objetivos. 

Ciclo completo com menor custo: os diferenciais da suinocultura brasileira

A suinocultura brasileira é eficiente, tecnológica e lucrativa. Este é o resultado de muito esforço de produtores, fornecedores e de órgãos reguladores.

Diante disso, a cadeia possui um ciclo completo, que inclui:

  • Cultivo de grãos;
  • Fábricas de rações;
  • Criadores de animais;
  • Abatedouros;
  • Transportadores;
  • Frigoríficos;
  • Distribuição:
  • Medicamentos;
  • Consumidor final.

Aliado a tudo isso, os centros de pesquisa e desenvolvimento dão suporte ao produtor e à agroindústria. Eles acompanham as normas de sanidade, higiene, genética e inspeção governamentais.  

A sintonia entre os elos coloca o Brasil na liderança mundial no custo de produção de suínos, como destacado em um artigo da Embrapa Suínos e Aves.

Segundo análises, no ano de 2022, o custo de produção por quilo de peso vivo foi de US$ 1,28 em Santa Catarina e US$ 1,13 em Mato Grosso.

Esses números estão abaixo de outros países, como Estados Unidos (US$ 1,42/kg pv), Dinamarca (US$ 1,49) e Espanha (US$ 1,66), indicando nossa eficiência.

Segundo a Embrapa, os principais fatores que explicam esse sucesso são:

  • Eficiência da produção, resultado da incorporação de modernas tecnologias e práticas de sanidade do rebanho;
  • Precificação, com menores salários da mão de obra, menor custo das instalações e da ração.

Sabia que o custo da ração pode ser ainda menor se você adotar algumas estratégias? Veja a seguir. 

Reduza os custos com a produção da ração na propriedade

produção de ração na propriedade

Você sabia que a alimentação representa até 70% dos custos de produção na criação de suínos?

Diante deste cenário, é imprescindível que os produtores adaptem suas estratégias para maximizar a eficiência alimentar dos suínos e reduzir os gastos com a nutrição.

E uma das estratégias que reduzem os custos é: produzir rações na propriedade! Ao ter uma fábrica de ração própria, o suinocultor terá os seguintes benefícios:

  • Autonomia e flexibilidade, com maior planejamento e menor enfrentamento das variações de mercado;
  • Total controle dos ingredientes utilizados e da qualidade da ração;
  • Possibilidade de formulação de rações balanceadas para cada categoria animal;
  • Redução de custos, com economia na produção e no transporte;
  • Possibilidade de comercialização do excedente de ração para suinocultores da região.

Por fim, para entender como implantar uma fábrica de ração para seus animais na propriedade, confira um passo a passo sobre o tema em um e-book exclusivo.

Clique no botão abaixo para ter acesso.

Passo a passo para montar sua propria fabrica de ração

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