A suinocultura é uma das atividades mais importantes da alimentação mundial. Ela se caracteriza pela produção de carne suína, a proteína animal mais consumida no mundo, com um terço do consumo, de acordo com dados da Embrapa.
E, como era de se esperar, o Brasil tem uma forte participação no mercado internacional.
Ainda segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, o país ocupa a quarta posição entre os maiores produtores de carne suína.
O consumo também cresce no país, com a expectativa de quase 21 kg/habitante em 2024, conforme reportagem do UOL.
Diante da relevância da atividade, elaboramos este artigo. Nele, você entenderá o cenário da suinocultura no Brasil e sua importância para o agronegócio nacional.
O que é a suinocultura?
É um ramo da zootecnia destinado à criação racional de suínos para produção de carne e seus derivados (banha, couro, ossos, sangue e vísceras, utilizados na indústria de ração animal).
Para o professor Marcos Fava Neves, apresentado em um artigo para a revista Veja, essa é uma atividade que acompanha a humanidade há milênios!
“As primeiras evidências da domesticação de porcos remontam a cerca de 8.000 a.C., em regiões da Europa e do Oriente Médio”, diz.
No Brasil, a criação de suínos começou com a chegada dos colonizadores europeus, que trouxeram os primeiros animais ao país. Eles foram cruzados e adaptados ao clima e às condições ambientais.
Hoje, a suinocultura industrial do país é altamente tecnificada, com genética, nutrição e manejos mais avançados do mundo.
Como é a suinocultura no Brasil?
A suinocultura possui extrema importância para o agronegócio nacional. Nos últimos anos, este setor ajudou a impulsionar a economia, movimentando bilhões de reais anualmente.
Na atualidade, o Brasil é o quarto maior produtor de carne suína do mundo, ficando atrás apenas da China, União Europeia e Estados Unidos. Também ocupa a 4ª posição mundial em volume de carne suína exportada.
A edição 2024 do “Retrato da Suinocultura Brasileira”, apresentada pela ABCS, oferece dados interessantes. Acompanhe:
- 2.110.840 matrizes no plantel nacional;
- Movimentação de R$ 371,6 bilhões;
- Empregou 151 mil pessoas de maneira direta e 1,1 milhão de forma indireta;
- Consumo de mais de 12 mil toneladas de milho e 4,2 mil toneladas de farelo de soja, ingredientes principais da formulação da ração.
Há também outros dados que merecem atenção, desta vez apresentados no Balanço 2023 da ABCS. Veja:
- Abate de 57.172.838 cabeças de suínos;
- Volume exportado de 1.013.739 toneladas de carne suína, sendo que cerca de 437 mil toneladas tiveram como destino a China;
- Consumo interno de carne suína: 20,68 kg/pessoa.
Estes resultados comprovam que a suinocultura nacional vem progredindo de maneira notável em todos os aspectos:
- Da genética à nutrição;
- Do manejo à sanidade;
- Das instalações aos equipamentos utilizados.
Toda essa transformação tem algumas explicações. A primeira é o investimento em seleção genética dos animais e na eficiência nas formulações de ração. Logo, resultando em ganhos de produtividade.
Além disso, a melhor administração e gerenciamento das propriedades em decorrência do aumento da escala, da profissionalização e do uso da tecnologia.
E, por fim, grandes melhorias no manejo, de leitões aos animais no frigorífico.
Isto é, com muito trabalho, a suinocultura nacional vem alcançando seu sucesso no mercado internacional!
Como ocorre a criação de suínos?
Com grande vocação na produção de proteína animal, especialmente com uma avicultura e uma bovinocultura pujantes, a suinocultura brasileira possui uma das cadeias mais avançadas do mundo.
A cadeia agroindustrial adota alta tecnologia e tem alta capacidade de controlar todos os processos. Com isso, consegue atender os mais elevados padrões de qualidade.
O sistema de criação é segmentado em diversas fases, conforme a idade dos animais, o objetivo da atividade e o momento produtivo em que se encontram. Para todas as fases são aplicadas:
- Instalações específicas;
- Nutrição diferenciada;
- Manejo adequado
- Bem-estar animal.
Quais são os sistemas de criação adotados?
O sistema de produção de suínos é classificado de acordo com o tipo de manejo praticado, podendo ser intensivo ou extensivo.
Sistema intensivo
Caracterizado por instalações cercadas, com maior densidade de animais por área, com controle do ambiente e da alimentação dos suínos. Existem três modalidades:
- SISCAL (Sistema Intensivo de Suínos Criados ao Ar Livre): os suínos são criados em piquetes, com acesso a bebedouros, comedouros e áreas sombreadas para descanso;
- Semi-confinado: animais criados em galpões com um acesso a áreas externas (piquetes). A alimentação consiste no fornecimento de rações, além do pastejo, e o manejo é organizado por categorias;
- Confinado: caracterizado pela criação de suínos em baias, localizadas em galpões fechados, com ambiente monitorado. A produção é maior, porém o investimento é alto.
Sistema extensivo
No sistema extensivo, o nível tecnológico é bem menor, assim como a produtividade, reduzindo custos. Entretanto, esse sistema apresenta desafios como:
- Menor controle sanitário, ambiental e de alimentação;
- Crescimento lento;
- Maior permanência do animal na instalação.
Além disso, a dificuldade de controle pode favorecer o desenvolvimento de doenças no plantel. Por esses motivos, o sistema extensivo é menos utilizado na produção comercial de suínos, sendo mais comum em pequenas criações.
Ou seja, toda fase apresenta suas peculiaridades, como nutrição, manejos, instalações e atenções diferentes.
Cabe ao suinocultor conhecer seu nível de tecnificação, experiência e objetivos.
Ciclo completo com menor custo: os diferenciais da suinocultura brasileira
A suinocultura brasileira é eficiente, tecnológica e lucrativa. Este é o resultado de muito esforço de produtores, fornecedores e de órgãos reguladores.
Diante disso, a cadeia possui um ciclo completo, que inclui:
- Cultivo de grãos;
- Fábricas de rações;
- Criadores de animais;
- Abatedouros;
- Transportadores;
- Frigoríficos;
- Distribuição:
- Medicamentos;
- Consumidor final.
Aliado a tudo isso, os centros de pesquisa e desenvolvimento dão suporte ao produtor e à agroindústria. Eles acompanham as normas de sanidade, higiene, genética e inspeção governamentais.
A sintonia entre os elos coloca o Brasil na liderança mundial no custo de produção de suínos, como destacado em um artigo da Embrapa Suínos e Aves.
Segundo análises, no ano de 2022, o custo de produção por quilo de peso vivo foi de US$ 1,28 em Santa Catarina e US$ 1,13 em Mato Grosso.
Esses números estão abaixo de outros países, como Estados Unidos (US$ 1,42/kg pv), Dinamarca (US$ 1,49) e Espanha (US$ 1,66), indicando nossa eficiência.
Segundo a Embrapa, os principais fatores que explicam esse sucesso são:
- Eficiência da produção, resultado da incorporação de modernas tecnologias e práticas de sanidade do rebanho;
- Precificação, com menores salários da mão de obra, menor custo das instalações e da ração.
Sabia que o custo da ração pode ser ainda menor se você adotar algumas estratégias? Veja a seguir.
Reduza os custos com a produção da ração na propriedade
Você sabia que a alimentação representa até 70% dos custos de produção na criação de suínos?
Diante deste cenário, é imprescindível que os produtores adaptem suas estratégias para maximizar a eficiência alimentar dos suínos e reduzir os gastos com a nutrição.
E uma das estratégias que reduzem os custos é: produzir rações na propriedade! Ao ter uma fábrica de ração própria, o suinocultor terá os seguintes benefícios:
- Autonomia e flexibilidade, com maior planejamento e menor enfrentamento das variações de mercado;
- Total controle dos ingredientes utilizados e da qualidade da ração;
- Possibilidade de formulação de rações balanceadas para cada categoria animal;
- Redução de custos, com economia na produção e no transporte;
- Possibilidade de comercialização do excedente de ração para suinocultores da região.
Por fim, para entender como implantar uma fábrica de ração para seus animais na propriedade, confira um passo a passo sobre o tema em um e-book exclusivo.
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