Silagem de milho: Vale a pena produzir?

por | 15 fev, 2024 | Produção de ração | 0 Comentários

Uma das principais preocupações de pecuaristas é ter alimento suficiente aos animais durante a época seca do ano, quando a disponibilidade de pastagens é menor. Para contornar essa dificuldade, a produção de silagem de milho é uma ótima solução.

A silagem de milho consiste em armazenar uma forragem na ausência de ar dentro de silos, conservando-a pelo processo de fermentação que ocorre no seu interior.

No entanto, para garantir que as silagens apresentem os níveis nutricionais adequados que maximizem a produção leiteira, alguns pontos devem ser levados em consideração.

Saiba detalhes sobre a produção de uma silagem de milho de qualidade que garante boa parte dos nutrientes necessários aos ruminantes.

Silagem de milho: o que é?

O que é silagem de milho

A silagem de milho é o produto resultante da conservação estável de forragem para alimentação animal, sob anaerobiose (ausência de oxigênio), em que são produzidos ácido láctico e outros ácidos orgânicos, que reduzem o pH da massa.

Vale destacar que essa é uma forma eficaz de armazenar e fornecer alimento para o gado durante todo o ano, devido a sua elevada qualidade nutricional, proporcionando ao pecuarista excelentes índices zootécnicos.

Seja na seca ou também nas chuvas, a silagem de milho ajuda a suprir boa parte das necessidades dos animais, facilitando o planejamento nutricional das propriedades.

Portanto, é especialmente importante para a produção leiteira, pois contribui para manter um bom desempenho da produção de leite ao longo do tempo.

Vantagens do milho para a produção de silagem

Vantagens do milho para a produção de silagem

Diferentes tipos de forrageiras podem ser utilizadas para produção de silagem. No entanto, o milho se destaca por apresentar características bastante positivas.

Além do ótimo rendimento de matéria verde e bom valor nutritivo, a silagem de milho possui outras vantagens significativas, como:

  • Permite a colheita mecanizada, reduzindo os custos com mão-de-obra e tempo de trabalho;
  • Flexibilidade da cultura: o produtor pode decidir, ao longo do cultivo do milho, qual área será destinada para ensilagem e qual área para grão;
  • Boa aceitação pelos animais;
  • Alto valor energético;
  • Ampla gama de híbridos disponíveis no mercado.

A silagem de milho também pode contribuir para a saúde do gado, principalmente por ajudar a melhorar o funcionamento do trato digestivo.

Devido a alta digestibilidade, os animais conseguem extrair a maior parte dos nutrientes disponibilizados pela silagem de milho. Assim, resultando em um melhor desempenho zootécnico.

Passo a passo da produção de silagem de milho

O processo de produção da silagem (denominado ensilagem), apesar de simples, deve considerar alguns detalhes para que o valor nutritivo do material, que veio do campo, não seja perdido dentro do silo.

Por esse motivo, os produtores precisam considerar alguns cuidados durante o processo de ensilagem. Veja:

1. Ponto de colheita

A colheita do milho para a ensilagem deve ser feita de forma bem planejada, considerando o teor de matéria seca (MS) e enchimento de grãos. 

A MS adequada gira em torno de 33 a 35%, com o enchimento de grão correspondente a 2/3 da linha do leite em estágio farináceo e 1/3 leitoso.

Nesse ponto, ocorre a combinação entre produção de matéria seca, acúmulo de amido nos grãos e teor de açúcar solúvel adequado para a fermentação.

2. Altura do corte e forma de colheita

A altura de corte da planta depende da meta de produção e da estrutura da propriedade em termos de estoque de alimentos. Normalmente recomenda-se uma altura de corte em torno de 20 a 40 cm de altura.

Em relação à forma de colheita, os mais comuns são pelo uso de ensiladeiras de arrasto (acopladas ao trator), e as ensiladeiras autopropelidas com rolo processador de grãos.

Além disso, para maior qualidade da silagem, o produtor deve cortar as folhas em um tamanho entre 0,5 e 2,0 cm, como destacado pela Embrapa.

Com isso, o material ensilado será facilmente acomodado dentro do silo, aumentando a condição para expulsão do ar e melhorando a fermentação e conservação da massa ensilada.

3. Compactação e vedação do silo

Para uma fermentação da silagem eficiente, é importante realizar a compactação do silo com muito cuidado.

A recomendação é espalhar a MV dentro do silo, formando várias camadas de 20 cm, e passar com o trator sobre esse material – com intuito de retirar o máximo de ar. Dessa forma, há condições necessárias para a fermentação ocorrer em ambiente anaeróbio.

Após a conclusão do enchimento e compactação da massa, o silo deve ser imediatamente vedado utilizando lona específica, com espessura e resistência mecânica variando de 150 a 200 µm de dupla face.

4. Desensilagem e fornecimento

Além de todo o processo para produzir a silagem de milho, a abertura do silo influencia também na qualidade do alimento.

Após cerca de 30 dias, o silo pode ser aberto, retirando apenas a porção que será usada no trato. A face de retirada do silo deve ser mantida o mais plana possível e perpendicular ao solo e laterais, minimizando a área de superfície exposta ao ar.

Em temperaturas mais altas, como as encontradas no Brasil central, a recomendação é fazer a retirada de fatias de silo de pelo menos 30-35 cm por dia. Tal medida protege o material ensilado, impedindo a proliferação de microrganismos que deterioram a silagem.

Por isso, os silos devem ser dimensionados para essa retirada mínima, diminuindo perdas quando o silo é aberto.

Silagem de milho + alimento concentrado

De forma geral, a ração oferecida para vacas leiteiras em lactação deve conter entre 18% e 22% de proteína bruta e cerca de 70% de nutrientes digestíveis totais, segundo informações da Embrapa.

Assim, diversos trabalhos com vacas leiteiras, destacam que, de forma geral, a dieta é composta por, em torno de:

  • 40% da dieta por silagem de milho;
  • 10% por uma segunda fonte de forragem (aveia, azevém, capins tropicais, pré-secado de alfafa, etc.);
  • 17% de farelo de soja;
  • 17% de fubá;
  • Os demais 16% são mistura de minerais, aditivos e outros coprodutos.

Obviamente existem mudanças na inclusão dos ingredientes dependendo de diversos fatores, como:

  • Nível de produção dos animais;
  • Disponibilidade do ingrediente;
  • Valor nutricional;
  • Preço dos insumos no momento.

Exatamente por isso, a dieta deve ser ajustada pelo nutricionista diante de cada situação e demanda da fazenda.

Ou seja, dentro do planejamento nutricional e financeiro, o pecuarista deve estar preparado para mais de uma situação, sempre visando maior produtividade dos animais.

Neste caso, dispor de uma fábrica de ração, mesmo que de pequeno porte, é imprescindível. Com ela, o pecuarista terá maior versatilidade para criar uma dieta balanceada dentro da própria fazenda.

Com uma fábrica de ração própria, o pecuarista terá maior autonomia e flexibilidade, além de redução de custos e maior qualidade na produção do alimento dos animais.

Grande referência do segmento, nós da CSJ possuímos um portfólio completo de soluções para sua fábrica de ração, aliando muita inovação e tecnologia, com qualidade e eficiência construtiva.

Fabricamos toda a linha de soluções em fábricas de ração, projetadas para atender produções de 500kg/h até 60ton/h de ração.

Ou seja, adote medidas para produzir silagem de milho de qualidade superior e tenha equipamentos na sua fazenda para fabricar sua própria ração. Estes são os primeiros passos para que a dieta dos seus animais seja excelente, aumentando a produtividade.

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